Novas tendências em AgTechs devem chegar ao campo em 2022

As AgTechs estão levando a transformação digital no campo. Com o uso de tecnologia de ponta, as startups do agronegócio entregam soluções inovadoras para setores como pecuária de corte, gado leiteiro, e produção de grãos.

Essas funcionalidades proporcionam o aumento de produtividade e a agilidade em processos tradicionais da gestão. Estudos do setor apontam novas tendências que devem chegar (ou ampliar sua presença) nas propriedades rurais ainda este ano, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a produtividade, como falaremos mais nesse artigo.

Distrito Mining Report Agtech 2021

O relatório Distrito Mining Report Agtech 2021, indica que um dos segmentos que deve ganhar ainda mais destaque na gestão rural é a chamada pecuária high-tech. A criação de animais é um dos setores mais rentáveis, e os avanços dos últimos 10 anos permitiram que já houvesse significativas mudanças.

Dentre elas podemos citar a adoção de tecnologias nutricionais, manipulação genética, controle automatizado da produção, dentre outras. A utilização dessas ferramentas contribuiu para que os produtores pudessem acompanhar em tempo real a qualidade dos seus produtos e a saúde dos animais, por exemplo, tornando suas práticas mais eficientes e produtivas.

Especialistas do setor acreditam que a redução do custo desses sensores em escala global deve permitir ainda que cada vez mais eles estejam presentes nas propriedades rurais.

Tecnologia Blockchain a serviço da governança socioambiental

Outro segmento que deve se destacar é a tecnologia de blockchain. Projetada originalmente para atender o setor financeiro, suas capacidades de rastreabilidade e resistência estrutural, permitem também sua aplicabilidade na cadeia produtiva do agronegócio. Sua tecnologia pode ser utilizada para a rastreabilidade de alimentos e para evitar fraudes, por exemplo.

No caso da rastreabilidade, ela se faz bastante necessária em função de sua característica perecível. A falta de transparência com relação à origem desses produtos permite que sejam entregues aos consumidores em condições inadequadas, aumentando o risco de doenças. 

Nesse contexto, a blockchain desponta como como uma tecnologia a serviço da governança socioambiental, dentro das melhores práticas de ESG – Environmental, Social and Governance (ESG), da sigla em inglês. Esse segmento tem sua conduta pautada pelo social, ambiental e de governança.

Automação da produção agropecuária pelas AgTechs

Outra tendência de inovação no campo é a automação da produção agropecuária. Para atender à crescente demanda mundial por alimentos (falaremos mais sobre o tema logo abaixo), a chamada revolução 4.0 está promovendo uma nova revolução agrícola. Essa transformação consiste na a implementação de tecnologias de automações, como o uso de drones.

Esses dispositivos passaram a desempenhar diversas funções na fazenda, o que inclui robotização de semeadeiras, colheitadeiras, tratores, estruturas de irrigação, dentre outras funcionalidades. Essas ferramentas aumentam o controle e a precisão da atividade agrícola. Com o barateamento dos custos de sensores e softwares, a tendência é que essas funcionalidades deixem de ficar restritas apenas aos grandes produtores e cada vez mais sejam utilizadas pelos pequenos e médio pecuaristas. 

As AgTechs brasileiras em números 

Como já falamos em outro texto aqui no blog, as AgTechs entregam soluções inovadoras para toda a cadeia produtiva do agronegócio. Com foco na melhoria de processos e na eficiência de resultados, essas empresas estão cada vez mais presentes no País. Atualmente existem quase 1,6 mil AgTechs no País – número 40% maior em relação ao período pré-pandemia. 

Essas startups atuam em setores como controle ambiental, rastreabilidade, biotecnologia, automação, aproveitamento de resíduos da produção, dentre outros. Em meio a pandemia da Covid, elas tiveram valorização de até 56%.

Levantamento da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em junho passado, o agronegócio já ocupava a terceira posição no ranking dos setores que mais possuem startups no País – 73% delas atuando dentro da porteira.

E essas empresas devem continuar registrando crescimento exponencial em todo o mundo. Dados da consultoria Juniper Reearch indicam um aumento de 150% nos próximos cinco anos no valor do mercado das Agtechs em todo o mundo. Esse cenário deve partir dos atuais R$ 48 bilhões (US$ 9 bilhões) e deve atingir R$ 120 bilhões (US$ 22,5 bilhões) até 2025. 

Agtech: Market Outlook, Emerging Opportunities & Forecasts 2020-2025 Report

Dentro desse contexto, o estudo Agtech: Market Outlook, Emerging Opportunities & Forecasts 2020-2025 Report apontou que segmentos como sensores agrícolas e gestão da cadeia de abastecimento como sendo as principais fontes de receitas para as Agtechs nos próximos cinco anos. O documento aponta que soluções desse tipo representarão 67% do valor do mercado das AgTechs nos próximos três anos, principalmente devido ao seu baixo custo nas operações agrícolas.

Projeções para o agronegócio brasileiro são bastante animadoras

O bom desempenho dessas startups acompanha a performance do agronegócio como um todo. No entanto, a pandemia não é único desafio para a necessidade de inovação no agronegócio brasileiro. Existe uma pressão global por uma maior qualidade na produção agrícola, ainda mais quando o Brasil ocupa a quarta posição entre os maiores exportadores, ficando atrás apenas de União Europeia, Estados Unidos e China. 

Nesse cenário, a adoção de tecnologias inovadoras no campo se faz ainda mais necessária para aumentar a produtividade. A utilização de softwares, drones e sensores têm contribuído para o aumento de produtividade e redução de perdas.

E as projeções do Agronegócio brasileiro são bastante promissoras para os próximos anos. Estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estima que em dez anos a produção brasileira de grãos deve atingir 300 milhões de toneladas, sinalizando um crescimento de 26,8% em relação à safra atual.

Esse mesmo relatório aponta que até o final dessa década, serão produzidos 33 milhões de toneladas de carne de frango, bovina e suína – aumento de 27,3% com relação aos números atuais.

Realmente o setor precisa aumentar a produção de alimentos nas próximas décadas também em nível global, pois a estimativa é que a população mundial chegue a 9,6 bilhões de pessoas em 2050, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para alcançar esse índice, a produção atual deve aumentar em 70%. 

VENTIUR possui programa dedicado a aceleração de AgTechs

Com o objetivo de fornecer conexões, investimento, desenvolvimento e mentorias para as startups do agronegócio, a VENTIUR possui um programa exclusivo para investimento em AgTechs. A iniciativa tem como objetivo investir e acelerar startups com soluções de base tecnológica que têm foco na resolução de problemas reais do setor.

O Grupo de Investidores VENTIUR AgTech é formado por empresas e investidores ligados ao agronegócio. A intenção é agregar o chamado smart Money às startups aceleradas. O grupo conta ainda com a parceria de universidades, incubadoras e centros de inovação que atuam como unidades de apoio ao programa, auxiliando no planejamento, mobilizando ações, oferecendo infraestrutura e suporte para validação do produto e testes de campo.

Além desta iniciativa, a VENTIUR, juntamente com o Tecnopuc e Anlab, lidera o Celeiro Agro Hub – projeto que tem como objetivo conectar produtores, fornecedores, cooperativas, startups, pesquisadores e investidores no setor do agronegócio.

Quer saber mais sobre os programas de aceleração e investimentos em startups aceleradas pela VENTIUR? Então entre em contato com nossa equipe. A VENTIUR é uma das principais aceleradoras de startups do Brasil e está sediada no polo tecnológico da Unisinos, o Tecnosinos, em São Leopoldo/RS.

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Leitura complementar

Aclamadas pela comunidade científica, as Deep Techs estão sob o mesmo guarda-chuva de empresas criadas a partir de disrupções em áreas como biotecnologia, engenharia e arquitetura de dados, genética, matemática, ciência da computação, robótica, química, física e tecnologias mais sofisticadas e profundas. São startups que propõem inovações significativas para enfrentar grandes problemas que afetam o mundo.

 

Por mais que tentar chegar a uma definição possa parecer um exercício bastante ousado, quando falamos de uma área de tamanho conhecimento e aplicação, negócios que se enquadram dentro deste conceito, tratamos de soluções com alto valor agregado, que irão impactar positivamente não só um grupo determinado específico de pessoas, mas que podem mudar o mundo.

 

Para fomentar ainda mais o setor e auxiliar nesse crescimento, o Delta Capital abriu inscrições para selecionar Deep Techs. A chamada inicia dia 22/11 e vai até 10/12, não perca tempo e inscreva-se aqui!

 

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